Fonte: Blog do Pr. Vitor Hugo Mendes de Sá
Minha
boca cantava, mas minha mente vagou. Pensei em Maria. Pensei na gravidez
inesperada de Maria. Pensei na chegada do seu prometido filho – aquele bebê que
literalmente dividiu a história da humanidade. Depois, viajei dois mil anos.
Pensei no que aconteceu há apenas alguns dias na escola de Sandy Hook. Pensei
na vida daqueles pequeninos seres humanos, que foi dissipada também
inesperadamente. Pensei na dor dos pais. Pensei na dor de tantas mulheres cujas
lágrimas não podem ser contadas – são mães, como Maria.
Estamos
perto do Natal. Parece que nessa época nos aproximamos daquilo que somos: ser
humano, pode parecer surpresa, é SER humano. Sorrir, chorar, aborrecer-se,
emocionar-se. Inúmeras são as reações intrínsecas ao ser humano, por tantas
vezes moldadas de acordo com o ambiente em que ele está inserido.
A igreja
é um desses ambientes – ali, felizmente (e teoricamente) podemos viver nossa
humanidade, o que geralmente condiz com o que está sendo vivenciado no momento.
Mas hoje, estando eu em uma igreja ouvindo belas músicas natalinas, de maneira
inéditas as lágrimas que chegaram aos meus olhos não foram necessariamente pela
alegria do significado do Natal.

A minha
viagem voltou para Maria. Ela também perdeu seu filho de maneira cruel e
extremamente dolorosa. Ela também chorou e sofreu. Ela também não entendeu o
motivo e queria ter o poder de proteger seu bebê, agora preso em uma cruz.
Viajei
mais um pouco e olhei para baixo. Olhei para o meu ventre e indaguei-me: será
que algum dia o meu desejo de ser mãe se tornará real? Será que algum dia
entenderei o amor de Maria ou das mães de Sandy Hook? Será que vale à pena
querer realizar esse desejo, colocando no mundo cruel tão pequenos, lindos e inofensivos
seres?
A minha
viagem ainda não acabou. Saí da igreja convencida de que Cristo nasceu em um
mundo longe da perfeição. As crianças de Sandy Hook também. Ele ofereceu ao
mundo o sentido da vida. Eles são prova de que a humanidade ainda não entendeu.
(Mariana Dias Mendes de Sá)
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