Por Rafael Jácome
“Certa vez, um rei foi visitar o reino de Esparta, famosa cidade antiga
conhecida pela firmeza e coragem dos seus soldados, e quis conhecer o segredo
da grande resistência daqueles homens. Disseram-lhe que o segredo todo era uma
sopa escura que fazia obrigatoriamente parte do cardápio dos soldados. Tão
impressionado ficou aquele rei com tal revelação que insistiu em provar aquela
sopa, mas já no primeiro gole percebeu que aquilo era intragável. Não conseguia
imaginar qual tempero teria sido usado para fazer algo tão ruim e chegou a
pensar que talvez não houvesse nenhum. Perguntou então ao anfitrião, qual era o
tempero daquela sopa o qual, vendo a expressão de nojo na face do visitante,
respondeu com ironia que o tempero daquela sopa era uma rígida disciplina
pessoal. O monarca, acostumado a uma vida fácil, rodeado de luxo da corte, não poderia apreciá-la. Sem esta
rígida disciplina pessoal, trabalhada desde a infância, nunca teriam os soldados
de Esparta escrito a sua imortal página na história. Quando outros teriam preferido
uma retirada “honrosa”, ou uma fuga justificável sob todos os pontos, aqueles
heróis, educados na escola do domínio-próprio, julgaram mais digno não fugir,
até que o último homem fosse morto. Domínio-próprio é coragem em outra forma,
dizia antigo sábio. É de Pitágora a frase: Nenhum homem é livre que não se pode
dominar... ( Schwantes, Júlio – Colunas do Caráter – pg 37) .
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