Por
se sentir inútil e incapaz de reverter aquilo que lhe é superior aos seus
limites, por perceber sua fragilidade diante dos acontecimentos cotidianos, o
homem nunca é satisfeito com sua natureza. Biologicamente é carente e deve
aprender tudo, trabalhando de forma criadora para sobreviver. Num cenário
repleto de fenômenos sociais, culturais e econômicos, desde sua era
pré-histórica buscou em outras dimensões as respostas para os seus conflitos: a
criação de seres superiores, fortes, sentimentais, amantes, vingativos,
próximos aos sentimentos humanos e repletos dos mesmos anseios, fantasias e
ilusões. Para representá-los foram criadas imagens, sendo meras imitações de
criaturas e feitas de materiais sem vida: deuses de fundição, de ouro, de
pedra, de madeira e de outras matérias.
Em seus deuses o homem encontrou a
onipresença, a fortaleza, a
beleza, a força, o poder, a imortalidade,...
Insatisfeito com sua natureza desde o passado remoto imaginou e desenvolveu a
reflexão, ou seja, a capacidade para traduzir em símbolos a realidade material
do mundo que o envolvia, e, percebeu que a vida é marcada pela miséria e dor.
Diante da sua incapacidade de lidar
com o mistério da vida, homens e mulheres começaram a adorar deuses através de
imagens, principalmente devido à natureza dos rituais pagãos na adoração. Então,
o fato da miséria, da dor, da mortalidade e demais fatores característicos da
sua natureza, conduziu a dificultar e querer aceitar a realidade de ser capaz
de criar, pensar e agir no mundo, porém, sendo condenado à velhice e a morte. É
como entender que o seu corpo é inadequado em relação a sua capacidade
intelectual, onde os seus sonhos, as suas vontades e desejos não podem ser
transformados, porque assim foi determinado, e, mesmo combatendo, aceita-a como
ela é. A vida é vista como um mistério, onde assim como a respiração é o sopro
dos deuses que cria, renova e vivifica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário