Por Rafael Jácome
Os calvinistas não aceitam a doutrina da ubiqüidade do corpo de Cristo
e, por conseqüência, não aceitam a consubstanciação. Para Calvino, é importante ressaltar que a natureza
humana de Cristo é em tudo semelhante à nossa, com exceção do pecado, sendo
impossível para ela a onipresença. Não ocorreu comunicação de atributos divinos
à natureza humana. Como Cristo subiu aos céus, em Sua natureza humana Ele não
está mais entre nós, e sim assentado à direita de Deus Pai, como nos diz o
Credo Apostólico. Por isso, para Calvino é impossível que o corpo e o sangue de Cristo
estejam presentes literalmente na Eucaristia.
Essa é a diferença essencial entre luteranos e calvinistas no que se
refere à Eucaristia. Lutero queria entender as palavras de Cristo "isto é
o meu corpo" de forma literal e para isso teve que afirmar a ubiqüidade do
corpo de Cristo. Zwínglio e Calvino, com algumas diferenças, entendiam essas
palavras figuradamente, crendo que o pão e o vinho eram apenas símbolos ou sinais
do corpo e do sangue de Cristo. Cristo está presente na Eucaristia, mas apenas
espiritualmente, em Sua natureza divina, já que a natureza humana está nos
céus. Aqueles que participam da Eucaristia se alimentam de Cristo num sentido
espiritual, pela fé.
Eu creio que, segundo o espírito do Novo Testamento, não se verifica, na celebração da Ceia do Senhor, nem a consubstanciação nem a transubstanciação. O pão e o vinho continuam inalterados: são apenas emblemas daquele sacrifício tão sublime e insubstituível: a morte vicária de Cristo. Afinal, Jesus morreu uma vez por todas para resgatar-nos de nossa vã maneira de viver. O pão e o vinho são apenas símbolos do corpo e do sangue do Senhor Jesus.
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