Por Rafael Jácome
Publicarei aos meus leitores um estudo sobre a Justificação nas óticas dos dois principais reformadores Lutero e Calvino. A fonte é uma tese de Heber Carlos de Campos e assim como ele, " Este trabalho é apenas uma tentativa de ser justo com ambos os ramos do protestantismo. Não é meu propósito argumentar extensivamente a favor ou contra luteranos e ou reformados. Meu único propósito é apresentar com precisão as similaridades e diferenças presentes, sem fazer neste trabalho extensiva justificativa bíblica. Será apenas uma apresentação histórico-teológica do assunto sem, contudo, ter uma conotação apologética, ..."
Publicarei aos meus leitores um estudo sobre a Justificação nas óticas dos dois principais reformadores Lutero e Calvino. A fonte é uma tese de Heber Carlos de Campos e assim como ele, " Este trabalho é apenas uma tentativa de ser justo com ambos os ramos do protestantismo. Não é meu propósito argumentar extensivamente a favor ou contra luteranos e ou reformados. Meu único propósito é apresentar com precisão as similaridades e diferenças presentes, sem fazer neste trabalho extensiva justificativa bíblica. Será apenas uma apresentação histórico-teológica do assunto sem, contudo, ter uma conotação apologética, ..."
4. Sobre a Justiça Transferida
Trento afirmava que a santificação era seguida da
justificação. A justificação é o resultado da justiça infusa (não imputada) de
Cristo. A justiça é antes transformadora do indivíduo do que creditada a ele.
Na verdade, o pecador é justificado com base em uma justiça interna (iustitia
in nobis) do que por uma justiça que vem de fora. Em resumo, na teologia
Católica, a justiça é dada ao justo antes que ao pecador.
Novamente contra as investidas Católicas, os
protestantes afirmavam uma justiça que vem de fora deles, uma justitia extra
nos, vinda da imputação da justiça de Cristo.
A teologia luterana diz que a "justiça
concedida ao pecador não é sua própria, produzida por ele mesmo, mas uma
‘justiça que vem de fora pertencente a Jesus Cristo. A justiça não é uma
qualidade do homem. Ela consiste antes em ser justo somente através da imputação
graciosa da justiça de Cristo, isto é, uma justiça ‘fora’ do homem."
Semelhantemente, Calvino enfatizou a iustitia
aliena, isto é, a justiça que vem de outro, que vem de fora. Embora como
Lutero Calvino use a frase "pela fé somente", ele é cuidadoso
em dizer também que a fé não efetua de si mesma a justificação, mas entende que
a fé é o meio pelo qual nos apropriamos da justiça de outro, que é
transferida a nós. Ele diz: "Não há nenhuma dúvida de que aquele que é
ensinado procurar justiça fora de si próprio é destituído de justiça em si
mesmo." Mais adiante, Calvino
diz: "Você pode ver que nossa justiça não está em nós, mas em Cristo, e
que a possuimos somente sendo participantes em Cristo; de fato, com ele
possuimos todas essas riquezas."
A justiça de Cristo, portanto, é ensinada como
sendo imputada a nós. A justificação do ímpio vem de fora dele, iustitia
extra nos, procedendo da justiça de Cristo. Ambas as tradições enfatizam a
justiça que não é própria do homem, mas vem de fora, transferida de Jesus
Cristo para nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário